JMJ – Jornada Mundial da Juventude 2023

Foi apresentado ontem o logotipo para as jornadas mundiais da juventude, a acontecer em 2023, em Portugal.

Deixa-nos aqui a explicação dos elementos do logotipo

Foto: Logotipo oficial da JMJ 2023

Cruz
A Cruz de Cristo, sinal do amor infinito de Deus pela humanidade, é o elemento central, de onde tudo nasce.

Caminho
Tal como indica o relato da Visitação que dá tema à JMJ Lisboa 2023, Maria parte, pondo-se a caminho para viver a vontade de Deus, e dispondo-se a servir Isabel. Este movimento sublinha o convite feito aos jovens para renovarem ‘o vigor interior, os sonhos, o entusiasmo, a esperança e a generosidade’ (Christus Vivit, 20). A acompanhar o caminho surge, ainda, uma forma dinâmica que evoca o Espírito Santo.

Terço
A opção pelo terço celebra a espiritualidade do povo português na sua devoção a Nossa Senhora de Fátima. Este é colocado no caminho para invocar a experiência de peregrinação que é tão marcante em Portugal.

Maria
Maria foi desenhada jovem para representar a figura do Evangelho de São Lucas (Lc 1, 39) e potenciar uma maior identificação com os jovens. O desenho exprime a juvenilidade própria da sua idade, característica de quem ainda não foi mãe, mas carrega em si a luz do mundo. Esta figura aparece levemente inclinada, para mostrar a atitude decidida da Virgem Maria.

Fonte: Ecclesia

D. Manuel Linda: Dilatação da fé

O Senhor Bispo do Porto, D. Manuel Linda, deixa-nos uma mensagem semanal sobre os “idealismos” e “reducionismos”. Para refletir.

“Numa liberdade típica dos poetas, Camões sintetiza a obra dos descobrimentos portugueses como dilatação da “fé e do império”. Será isto um embarcar em idealismos ou reducionismos?

Ele sabe que muitos fatores estão na génese e no objetivo dessa gesta. Mas também não duvida que uma luz que não acende outras lamparinas acaba por se extinguir: inerente à fé está a sua difusão. Uma condiciona a outra. Positivamente.

De facto, tal como na primitiva comunidade apostólica, o «Portugal profundo» sentiu um impulso irresistível em tornar outros participantes dessa originalidade que é “a vida nova em Cristo”. Porque descobriu a Igreja como sinal e meio da união de todos os homens, fez dela instrumento de uma nova ordem mundial. Assumiu, pois, a difusão da fé como responsabilidade pelo bem do mundo. E fê-lo com zelo, enviando muitos para o desconhecido em nome da comunidade crente. Enviou e envia, que a missão não terminou.

Os recursos, porém, nunca foram totais. Por isso, a realidade obrigou a que, nas Igrejas de recente fundação, se concedesse às bases, ao laicado, o que, na Europa, a poeira da história reservou para um sistema piramidal: a responsabilidade pela organização da comunidade crente. Assim, enquanto, entre nós, se exige ao padre que esteja em tudo, trate de tudo e mande em tudo –ou ele o exige…-, na missão são os leigos quem evangeliza, coordena, estrutura, decide e gere a assembleia dos fiéis. Com consequências: o clericalismo de cá produziu o anticlericalismo sistémico; a laicidade de lá sustenta a fé, mesmo quando os pastores escasseiam.

Celebramos as Missões. Normalmente, pensamos na saída da Europa para África ou Ásia e na ajuda a fornecer. E, nas atuais circunstâncias, assim tem de ser. Forçosamente. Mas não teremos nós de aprender com a forma muito mais «apostólica» de organização das comunidades ditas de missão?

Hoje, missão é dar e receber. Nem que seja o exemplo. E a estrutura muito mais dinâmica, comprometedora, de responsabilidades compartidas das novas Igrejas são um exemplo para esta Europa velha e cansada que procura nos padres e nos bispos uma bengala para se apoiar na vivência de uma fé dormente. E, mesmo assim, sabe Deus…

Missão como dilatação da fé? Com certeza. Mas dilatação lá e cá. Porque se lá necessitam do nosso contributo, nós precisamos de colher o seu exemplo de organização e alegria da sua vivência religiosa.”

Domingo: o “Dia do Senhor”

Papa Francisco refletiu sobre a importância da eucaristia dominical na vida cristã. “A celebração dominical da Eucaristia está no centro da vida da Igreja: nós vamos à missa para encontramos o Senhor ressuscitado, ou melhor, para nos deixarmos encontrar por ele”, disse o Papa.

O domingo é o Dia do Senhor, o dia santificado. Em cada eucaristia fazemos memória da última ceia. É a oportunidade de pararmos para “Ouvir a sua palavra”, para comungar do alimento que nos faz “Igreja, o seu corpo místico vivo hoje no mundo”.

Celebrar, ‘ir à missa ao domingo’ é tornar viva a presença “do Senhor para nós e entre nós. É a Missa que faz cristão o domingo”.

É certo que há inúmeras comunidades sem a possibilidade de celebrar a eucaristia. Mas também esses cristãos devem recolher-se em oração ao domingo, “ouvindo a Palavra de Deus e mantendo vivo o desejo da Eucaristia”. “Sem Cristo, estamos condenados a ser dominados pelo cansaço do dia-a-dia com as suas preocupações e pelo medo do futuro. O encontro dominical com Jesus dá-nos a força de que necessitamos para viver com coragem e esperança os nossos dias”.

Participar da missa é um imperativo sacramental, não um preceito comunitário. Somos testemunhas da sua presença e alimentamos a nossa fé em comum, juntos.

Bispo do Porto: Viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia

D. Manuel Linda, Bispo do Porto, envia uma Nota Pastoral sobre como “Viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia”. Em escrita esclarecida e oportuna, leiamo-la com atenção e reflitamos sobre a presença e a missão de cada um na vida da Igreja.

Diz assim:

“Aos Sacerdotes e aos Diáconos,

Aos Responsáveis das Associações, Movimentos e Obras

E a todos os Fiéis Leigos da Diocese do Porto

Para além de outros efeitos nefastos, a atual pandemia de Covid-19 não só não nos permite programar o futuro com alguma clarividência como nos abriga a uma prudência acrescida, pois as informações nem sempre são as mais otimistas. Uma coisa é certa: na Europa, em geral, e entre nós, em concreto, a transmissão do vírus está em aumento assustador e os técnicos falam já num outono/inverno fortemente problemáticos. E, evidentemente, queremos ser parte da solução e não do problema.

Por outro lado, no que a nós diz respeito, a vivência, formação e celebração da fé não está sujeita a épocas favoráveis ou inoportunas nem é compatível com intervalos: é para sempre e qualquer circunstância. Por isso mesmo, é necessário, por parte de todos nós (bispos, sacerdotes, diáconos, responsáveis pelos diversos setores de apostolado e leigos em geral), um esforço para encontrar, em cada ambiente e em cada circunstância, a atitude e a resposta pastoral mais adequada. É que, se a pandemia é muito séria, a efetiva presença pastoral missionária da Igreja (diocese, paróquias, capelanias, serviços, movimentos) não é menos séria e não se pode sujeitar à oscilação das condições de qualquer género.

Rezamos e esperamos que Deus nos conceda a graça de pôr cobro à pandemia, porventura por intermédio de vacinas que se aguardam ansiosamente. Mas tudo parece indicar que a tão referida «imunidade de grupo» ou vacinação em massa não aconteçam antes do final do primeiro trimestre de 2021. Vamos, portanto, colocar como referência a próxima Páscoa que esperamos já poder celebrar com toda a alegria e liberdade. De momento, temos que ir até onde pudermos ir, mas sempre com a preocupação de não ultrapassar os limites da prudência e da legalidade.

Assim sendo, após consulta e com o contributo dos senhores Bispos Auxiliares, apresento alguns princípios básicos orientadores, sem a pretensão de estabelecer regras gerais a aplicar cegamente. As normas das autoridades de Saúde e as que a Conferência Episcopal Portuguesa já formulou são para ter sempre como referência, mormente no que diz respeito ao uso de máscaras, distância social, arejamento dos espaços, desinfeções, etc. Tudo isso deve ser levado muito a sério, pelo menos até outras orientações a que as circunstâncias nos permitam ou nos obriguem.

Tendo isto presente, eis alguns âmbitos a considerar.

1. Catequese. Deveremos ter como referência orientadora (não cega) os procedimentos da Escola, em todos os seus níveis. Deverá ser objetivo irrenunciável: a catequese não vai parar! Reforçar o apoio missionário, afetivo, formativo e logístico aos catequistas e, porventura, tentar aumentar o seu número. Tenha-se como referência o documento do Secretariado Nacional de Educação Cristã “Orientações para catequese em tempos de pandemia”. Aproveitar a circunstância para envolver mais os pais. Se se julgar conveniente, poder-se-ia propor não haver catequese presencial todas as semanas e continuá-la, porventura diariamente, no tempo de férias escolares que coincidem com os tempos fortes da liturgia e da vivência dos mistérios centrais da nossa fé. Caso a caso, poderão ser repensadas as festas, os modos e os prazos da Primeira Comunhão e Profissão de Fé. Uma questão para os vários setores implicados: como poderá ser minorada a ausência da participação na Eucaristia dominical? No mínimo, deve realizar-se uma sessão de catequese mensal, antecedida ou seguida da Missa.

2. Confissões. Não podemos retrair a disponibilidade para este atendimento sacramental. Suposta esta disponibilidade, será viável encontrar espaços e condições em que se cumpram a distância necessária e a discrição imprescindível. Se existirem condições para isso, pode-se usar uma sala arejada com acrílico entre o confessor e o penitente.

3. Crismas. Veja-se se é possível encontrar modos de recuperar os Crismas adiados e de os realizar até ao fim do ano civil. Depois se verá! Nesse caso, seria necessário dividir os grupos e multiplicar as celebrações: sextas à noite, sábados de manhã e de tarde, domingos à tarde. Será necessário limitar as presenças aos crismandos, padrinhos, pais, e catequistas. Embora a grande regra seja a capacidade do local onde vão ser celebrados, de forma geral, pode colocar-se como referência o número de cerca de vinte crismandos por celebração. Quer isto dizer que, temporariamente, suspendemos a norma dos Crismas vicariais e passarão a ser, na sua maioria, paroquiais. Entretanto, se o número de crismandos for reduzido, devem associar-se várias Paróquias, particularmente se confiadas ao cuidado pastoral do mesmo Pároco.

4. Visitas pastorais. Em princípio, suspendem-se. Porém, a juízo dos Párocos e das Vigararias, não é de excluir a possibilidade de levar por diante as que estavam programadas. Neste caso, evitar-se-iam as grandes aglomerações de pessoas e centrar-se-iam em âmbitos específicos: tempo passado com o Pároco e eventual Diácono Permanente para consideração sobre as condições socioeconómicas, pastorais e outras; avaliação do cartório, registos e dignidade dos espaços litúrgicos; reunião com setores muito restritos, tais como Conselho Económico Paroquial, Catequistas, crismandos, Leitores, Acólitos e Ministros Extraordinários da Comunhão; celebração do Crisma.

5. Sacerdotes idosos ou de risco. Os Vigários deverão identificar estas situações e sugerir aos visados prudentes substituições. Sempre e só como sugestão. Porventura, poderiam ser substituídos pelos Diáconos Permanentes colocados nessa Paróquia ou mesmo pelos da zona. Mas que ninguém se sinta marginalizado. Quando, nessa região, não se encontrarem Diáconos Permanentes disponíveis, pode-se pedir o contributo (ocasional e temporário) de algum Ministro Extraordinário da Comunhão idóneo e especificamente formado para essa função. Se as circunstâncias assim obrigarem, pode, inclusivamente, presidir a uma Assembleia Dominical na Ausência do Presbítero, seguindo o ritual editado pela Conferência Episcopal Portuguesa. A “homilia” poderá ser lida a partir de algum bom texto disponível. Mas que não haja nenhuma Paróquia sem a celebração do Domingo: Missa, na forma habitual, ou, excecionalmente, Assembleia Dominical na Ausência do Presbítero. Se alguma comunidade paroquial ficasse privada, por longo tempo, da celebração da Eucaristia, o Vigário da Vara, com o respetivo pároco, providenciariam que algum sacerdote pudesse ir aí, de tempos a tempos, celebrar a Eucaristia e renovar a sagrada reserva.

6. Centros de culto de pequenas dimensões. Com bom tempo, a alternativa podem ser as “missas campais”; no inverno, utilizar salões paroquiais ou providenciar espaços civis adequados.

7. Comunhão aos doentes. Cumpridas todas as normas de segurança, não se esqueça este âmbito da pastoral confiado, primordialmente, aos Ministros Extraordinários da Comunhão.

8. Reuniões. Sejam as diocesanas, sejam as paroquiais, alternar, como já se tem feito, o presencial com o virtual. Ou mesmo ficar só neste, se as circunstâncias o aconselharem.

9. Reuniões de Vigararia. O ideal seria que fossem presenciais. Mas as conjunturas é que determinarão a modalidade. Deverá procurar-se, na medida do possível, que os que não podem ou não devem ir possam participar virtualmente. No mínimo, deverão ter acesso rápido a informação circunstanciada do teor da reunião.

10. Ofertórios consignados. Sabemos bem da penúria geral, particularmente de muitas Paróquias. Não obstante, sem insistir muito, todos eles devem ser lembrados. Também eles representam uma forma de abertura e sintonia com uma Igreja que não é «paroquial», mas católica.

*****

Aproveito esta oportunidade para, mais uma vez, felicitar vivamente os agentes de pastoral desta nossa Diocese do Porto, com lógico destaque para os Párocos, Reitores, Capelães e Diáconos, pela forma absolutamente brilhante como têm respondido à crise da pandemia, com frequentes sacrifícios pessoais: seja na presença junto do seu povo, com forte e serena inovação, para que nunca lhe falte o ânimo, os sacramentos e os ritos religiosos; seja no empenho para minorar o sofrimento de tantos, mormente a nível dos Centros Sociais Paroquiais e estruturas similares. O mesmo poderia dizer a respeito do grande exemplo no cumprimento das normas de segurança, por vezes até com notório exagero. Bem-hajam! Continuaremos com igual determinação e afinco.

Esta epidemia é a primeira –e certamente será a única, se Deus quiser- que nos é dado sofrer. Mas, por esse mundo fora, há milhões e milhões que passaram por momentos ainda mais dramáticos. Pensemos nas atrocidades das guerras e nos regimes políticos que executaram extermínios em massa. E tudo isso passou, graças a Deus. Pois, o Covid-19, como todos os males, também passará. Até porque Deus está presente na história da humanidade e faz dela uma história de salvação. De muitos modos e por vários meios. Mas, agora, particularmente pela ciência e pelas tecnologias aplicadas ao bem. Para mais, já sabemos como se transmite o contágio, ao passo que, por exemplo, numa guerra, nunca se sabe quando uma bomba atinge as pessoas. Por isso, temos capacidade de «defesa» muitíssimo superior àquela que tantos experimentam em situação de conflito causado pela malvadez humana. Basta que não abrademos a vigilância.

Como tantas vezes pede o Papa Francisco, que esta situação nos obrigue a repensar mais a relação do homem com a natureza, a edificarmos uma civilização mais justa a nível planetário, a sermos mais solidários e afetivos para com os débeis, a exigir do Estado que respeite e acarinhe as boas iniciativas sociais, a colocar a economia ao serviço do bem comum, a revalorizar os laços inultrapassáveis da família unida e indissolúvel, a privilegiar o essencial em detrimento do acessório. E, de maneira fundamental, a reconhecer a nossa fragilidade estrutural e consequente necessidade do Deus da misericórdia e do amor. Até porque, como diria São Paulo, “é na nossa fraqueza que se manifesta a força de Cristo” (2 Cor 12, 10).

É esta força sanante e compadecida que pedimos por intermédio da Bem-aventurada Virgem Maria para esta sua “Diocese de coração”.

Porto, 28 de agosto de 2020

+ Manuel, Bispo do Porto”

Dia Internacional da Caridade

Hoje é o Dia Internacional da Caridade. Santa Rita viveu toda a sua vida empenhada na consolidação desta virtude maior, a todos destinada mas por poucos alcançada. A Caridade eleva o espírito, porquanto glorifica e reflete a natureza de Deus. A Caridade é o caminho único para a felicidade suprema, a meta de cada mulher e de cada homem.

Caridade é amar a Deus sobre todas as coisas, mas é também cada um amar-se a si mesmo e amar o outro. Se um destes faltar, a Caridade não é possível.

São Paulo espelha bem o significado do amor, traduzido em Caridade:

Se nas línguas dos humanos e dos anjos eu falar, mas amor não tenho, bronze ecoaste ou címbalo ruidoso me tornei.

E se eu tiver a profecia e souber todos os mistérios e todo o conhecimento; e se eu tiver toda a fé a ponto de mover montanhas, mas amor não tenho, nada sou.

E se eu transformar em comida <para os que têm fome> todos os meus bens e se eu entregar o meu corpo para que eu me vanglorie <da minha própria coragem>, mas amor não tenho, de nada eu sirvo.

O amor é paciente, prestante é o amor: não inveja, não fanfarrona, não se incha <de vaidade>; não é indecoroso, não procura as coisas que são do interesse dele; não se irrita nem contabiliza o mal que lhe é feito; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se pela verdade. Tudo aguenta, tudo confia, tudo suporta.

(…) O que fica agora é: fé, esperança e amor = Caridade — estas três coisas. Mas destas, a maior é o amor.

 

O amor que Deus derrama sobre nós, continuamente, não deve ficar connosco. Antes deve ser compartilhado, sem cessar (Cf. Deus caritas est)

Um bom dia e vivamos a Caridade.

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Dia 1 de Setembro será registado como o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, no contexto da pandemia Covid-19.

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, da Conferência Episcopal Portuguesa, salienta que este tempo da pandemia originada pela Covid-19 também tem sido “marcado pelo cuidado com os mais frágeis” e são “tantos exemplos” que se conhecem, direta ou indiretamente.

“Vidas vividas na entrega aos outros, vidas dadas para que os outros vivam também. Mas também sabemos de situações em que a falta de esperança parece ter poder para fechar os corações, deixando-nos indiferentes à sorte e ao sofrimento dos outros”, observa.

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana recorda que o novo coronavírus “encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador; e aumentou-as”, citando o Papa Francisco na audiência geral de 19 de agosto.

“O novo estilo de vida que procuramos deixou de ter o carácter opcional”, afirma a comissão e assinala que a encíclica social e ecológica ‘Laudato Si, assinada pelo Papa há cinco anos (24 de maio de 2015), apresenta “diversas propostas concretas, todas oportunas, muitas delas urgentes”.

“Convida-as a dar graças a Deus pela Criação e a pedir ao Criador a conversão dos nossos corações e a dos corações daqueles de quem dependem as efetivas mudanças nas políticas públicas”, acrescenta a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado pela Criação foi instituído pelo Papa Francisco em 2015, como apelo à união dos cristãos face à crise ecológica mundial.

A data de 1 de setembro foi escolhida para coincidir com a comemoração que já era feita pela Igreja Ortodoxa.

Fonte: CB, Ecclesia

Dia Nacional dos Avós 2020

Hoje, na peregrinação mensal a Santa Rita, recordámos os avós de Jesus, São Joaquim e Santa Ana. Este dia “é uma oportunidade para dar graças, abraçar e celebrar a presença dos avós no passado e no presente, ir às próprias raízes e descobrir neles a ternura e o amor de Deus”, referem os bispos católicos portugueses.

Este ano, a Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) convida-nos a celebrar o “tesouro” que os avós representam, muito especialmente neste tempo particular que vivemos.

É tempo de defender os tesouros que estão à nossa guarda. Protegê-los “com cuidado e admiração”. “Uma sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso”, (CELF).

Fica aqui a mensagem para ler na íntegra. Boa leitura e bom dia dos avós.

 

Todos família. Todos irmãos: por uma pastoral vivida em espírito sinodal

D. Manuel Linda apresentou no dia 26 de junho o Plano Diocesano de Pastoral 2020/2021. Num tempo de “emergência pastoral”, nas palavras de D. Armando, bispo auxiliar do Porto, o plano destaca “A importância dos leigos” na vida da Igreja, “A família, Igreja Doméstica”, “A renovação da Catequese”, “O plano digital e o Cuidado da Casa Comum”, “Os jovens, motores da transformação” e “De uma Pastoral por setores a uma pastoral por projetos”.

Conheça o Plano Pastoral mais a fundo. Não desanimemos, pois “em cada realidade e evento humano está a ação criadora de Deus, que comunica a cada ser a sua bondade e o Seu Amor Misericordioso renovador” (D. Armando Domingues).

 

Conhecer o Plano Pastoral 2020/2021

Festa de Santa Rita

No dia 14 de junho de 2020 celebrou-se a festa de Santa Rita, no Santuário de Rita em Ermesinde. Foi elevada a afluência de crentes. Fica a mensagem do Reitor.


“Homilia na festa de Santa Rita 2020

Quero saudar afetuosamente os meus irmãos no sacerdócio, o Senhor Pe Avelino e o Senhor Pe José Augusto, quero saudar-vos a todos vós, que aqui viestes neste dia de memória de Santa Rita, saúdo de modo particular, todos aqueles que nos acompanham através da internet, particularmente, os jovens, os doentes e as crianças. Por todos invoco a interceção de Santa Rita, para que o Senhor vos abençoe, vos proteja e vos salve.

Este ano vivemos esta festa em tempos de pandemia e por isso com cuidados e numa modalidade mais simplificada para o bem de todos. Não temos o nosso santuário repleto, fisicamente, mas está repleto da presença espiritual de tantos irmãos nossos, que na sua oração e na sua fé, se unem a todos nós.

Muitas vezes acorremos a este santuário, para venerar a imagem de Santa Rita. Gostamos de estar perto dela, há uma alegria que nos envolve, uma força que nos alimenta a esperança e reaviva a nossa fé. Veneramos a grandeza do seu amor ao Senhor Jesus, morto e Ressuscitado e a beleza da misericórdia entranhada na sua vida.

Escutamos a palavra do Senhor que nos trás este belo discurso de Jesus que nos ensina a viver o amor, a dádiva e a bondade até ao absurdo: “Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem” (Lc 6, 35) . Aqui esta a grandeza da nossa identidade cristã: amar sempre, até os nossos inimigos, se for necessário e até ao fim, como o Mestre.

Santa Rita aprendeu a viver este amor sem limites e sem medida. O seu desejo era consagra-se a Deus. Mas na sua simplicidade, também foi capaz de perceber que o mesmo Deus lhe pedia para percorrer um caminho de entrega e provação. Aceitou a vontade de Deus e compreendeu que nela estava a sua oportunidade de santificação.

Amou até ao fim e sem medida o seu esposo de feitio violento, fazendo tudo para transformar o seu coração; amou até ao fim e sem medida a vida dos filhos, poupando-os do desejo de vingança pela morte do Pai; amou até ao fim e sem medida perdoando aos assassinos do próprio marido e trouxe a paz às duas famílias. A caridade, a bondade, a paciência e a humildade eram marcas que brotavam do imenso amor que vivia.

Santo Agostinho pediu às mulheres consagradas “que seguissem o Cordeiro por onde quer que fosse e contemplassem com os olhos interiores as chagas do Crucificado, as cicatrizes do Ressuscitado e o sangue daquele que morria” (De Sancta Virginatate). Santa Rita imprimiu na sua vida a vontade de ser discípula do Crucificado e “perita do no sofrer”aprendeu a entender os sofrimentos do coração humano. Por isso, se tornou defensora dos pobres e dos desesperados.

Num mundo, muitas vezes marcado pela inveja que mata o nosso íntimo, pelo ódio que leva à morte e pela violência que destrói – onde, por causa disso, encontramos refugiados, guerras, opressão política, discriminação económica ou racial – o cristão é chamado a ser portador da esperança, da ternura e do amor, à imagem de Santa Rita.

Sendo também, nesse mesmo mundo instrumento da bondade, da paciência e da humildade. Rita de Cassia ensina-nos que é possível vencer o mal com o bem. Vencer sem combater e abraçar, absorver e absolver as nossas raivas e os nossos ódios. O segredo está na fidelidade ao Amor crucificado.

É urgente viver o Amor sem limites e até ao fim, no mundo a partir da célula mais pequena da sociedade, a família. Procurando no Senhor Jesus, que morreu por nós, a força para vivermos a missão da unidade, da caridade e da fidelidade no seio das nossas famílias. Principalmente, nos momentos de crise e de sofrimento.

E aqui, mais uma vez, o texto do Evangelho toca a nossa reflexão: “sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). Por isso não podemos julgar, nem condenar, mas perdoar, perdoar, perdoar sempre. Perdoar: é, sem dúvida, um sentimento fundamental para a felicidade, e felicidade, no evangelho, quer dizer santidade.

Faz eco, nesta nossa reflexão, a Palavra de Deus escutada na primeira leitura: sede Santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou Santo (Lv 19, 2). Tudo isto foi visível em Santa Rita, na sua heroica condição de esposa, mãe e viúva e mais tarde como consagrada. Se queremos ser santos, precisamos de amar sempre e perdoar sempre.

“Alegrai-vos sempre no Senhor” (Filip 4, 4). É particularmente significativa a insistência do Apóstolo: “novamente vos digo: Alegrai-vos”. É esta Alegria Maior que é preciso saborear. Abrir-se à presença do Senhor Jesus que vem ao nosso encontro e toca o nosso coração para o transformar. E fazer a experiencia da pobreza ensinada no sermão da montanha: vivendo a humildade, sentindo-se pobre no íntimo do próprio ser.

Rejeitando a tentação do orgulho, deixar de pensar em si próprio, sabendo reconhecer os próprios erros e pedir perdão a Deus que nunca se cansa de nos perdoar, “sem esperar nada em troca”. E seguir o exemplo de Santa Rita, como nos recorda o Papa Francisco, “que foi capaz de amar mais o maior valioso bem que a si mesma. Santa Rita confiou-se e entregou-se a Cristo, sem dúvidas e incertezas” (Audiência 20.02.20).

Caríssimos Irmãos e irmãs, invoquemos a proteção e intercessão de Santa Rita, para todos nós e para todas as nossas famílias. Que nos ajude e proteja o mundo inteiro, neste tempo de sofrimento e provação. Que ela ajude todos os profissionais de saúde a encontrar caminhos e soluções para a salvação de todos. E “cantemos, cantemos, em louvor de Santa Rita, testemunha de Deus, bondade infinita. Cantemos, em louvor de Santa Rita” Amem.”

14 de junho de 2020

Pe Samuel Guedes, Reitor

Solenidade do Corpo de Deus

O Reitor do Santuário de Santa Rita, Padre Samuel Guedes, presidiu à celebração da Solenidade do Corpo de Deus. Num momento de desconfinamento, foram centenas as pessoas que acorreram a este Santuário para orar a Santa Rita e celebrar em comunidade o Corpo de Deus.

Transcrevemos um excerto da homilia proferida pelo Reitor do Santuário, na qual refletiu o tema “A Igreja vive da Eucaristia”.

Foi com estas palavras que o Papa S. João Paulo II nos deixou a sua encíclica sobre a Eucaristia. A solenidade do “Corpo de Deus” está intimamente ligada à Quinta-Feira Santa, na qual se celebra solenemente a instituição da Eucaristia: “Tomai, isto é o Meu corpo… Isto é o Meu sangue” (Mc 14, 22-24).

Na tarde de Quinta-Feira Santa atualizamos o mistério de Cristo que se oferece a nós no pão partido e no vinho derramado; o dia de hoje, na festa do Corpo de Deus, este mesmo mistério é proposto à adoração e à meditação de todo o Povo de Deus. É como experimentar um convite para voltarmos ao cenáculo, o lugar do nascimento da Igreja (Cf. Ecclesia de Eucaristia, 5).

É o dia de viver uma grande gratidão a Deus, contemplando-O. Contemplando o Seu rosto eucarístico, como fizeram os Apóstolos e, mais tarde, os santos de todos os séculos. Aprendendo a contemplá-lO como Maria, a “mulher eucarística”. Ela  foi “o primeiro “tabernáculo da história” (Cf. EE, 55).

Hoje queremos professar, com muita alegria, que “vivemos da Eucaristia”. Vivem da Eucaristia: o Santo Padre, os Bispos, os Presbíteros, os Religiosos e as Religiosas, os leigos consagrados e todos os batizados.

É esta Igreja, bela e adornada, que canta: “Ave, verum corpus natum de Maria Virgine”: Oh, verdadeiro Corpo de Cristo, nascido da Virgem Maria!

(Pe Samuel Guedes, Reitor do Santuário de Santa Rita)