Categoria: Orar e Igreja

Festa de Santa Rita . Benção das rosas

No dia 22 de maio de 2021 celebraremos a festa em honra de Santa Rita, com a tradicional benção das rosas, em todas as celebrações eucarísticas. Haverá transmissão das celebrações para os claustros do Santuário. Partilhe.

Dia 21 de maio
. Luminária
. Oração do terço — 21.30h.

Dia 22 de maio
. Eucaristia — 07.30h / 09.00h / 11.00h / 18.30h
. Exposição do Santíssimo Sacramento — 15.00h
. Oração do terço e adoração do Santíssimo Sacramento — 17.00h

Dia 23 de maio
. Eucaristia — 07.30h / 09.00h / 10.30h / 18.30h
. Exposição do Santíssimo Sacramento — 15.00h
. Oração do terço e adoração do Santíssimo Sacramento — 17.00h

 

 

Dia da mãe no Santuário de Santa Rita

Informamos que no dia 2 de maio de 2021, dia da mãe, o Santuário de Santa Rita fará entronização e benção da imagem de Nossa Senhora de Fátima, na celebração eucarística das 10,30.

O horário das eucaristias é o seguinte: 07.30h / 09.00h / 10.30h / 18.30h.

Haverá exposição do Santíssimo às 15.00h e terço e adoração às 17.00h.

 

Páscoa: Domingo da ressurreição

Informamos que no domingo de Páscoa, o Santuário de Santa Rita estará aberto das 07.00h às 12.00h e das 17.30h às 19.30h (final da eucaristia das 18.30h).

O horário das eucaristias é o seguinte: 07.30h / 09.00h / 10.30h / 18.00h.

O Reitor do Santuário deseja-lhe uma Santa Páscoa cheia de esperança.

Adoração da cruz: Semana Santa

Informamos que durante a Semana Santa, as eucaristias serão às 08.30h, nos dias segunda-feira, terça-feira e quarta-feira.

A cruz estará exposta para Adoração até ao Sábado Santo.

Papa Francisco: Quaresma: tempo para renovar a fé, a esperança e a caridade.

«Vamos subir a Jerusalém…» (Mt 20, 18).
Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.

Queridos irmãos e irmãs!

Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo.

Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.

O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.

1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs

Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida.

O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n’Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti (= FT), 93].

A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.

2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho

A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai.

No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade.

Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).

No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura.

Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia.

3. A caridade, vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança

A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado… A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão.

«A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos» (FT, 183).

A caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade.

Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho.

«Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade» (FT, 187).

Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.

Que Maria, Mãe do Salvador, fiel aos pés da cruz e no coração da Igreja, nos ampare com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado nos acompanhe no caminho rumo à luz pascal.

Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Martinho de Tours, 11 de novembro de 2020.

Francisco

Celebrar a Quaresma entre a dor e a esperança

Mensagem do Bispo do Porto para a Quaresma

Celebrar a Quaresma entre a dor e a esperança

Aos Sacerdotes e Diáconos

E a todo o Povo de Deus da Diocese do Porto

Pelo segundo ano consecutivo, celebraremos o ponto mais alto do ano litúrgico de forma absolutamente estranha. E isso faz-nos sofrer. Mas pensemos nas inúmeras vezes que tal terá acontecido ao longo da história, devido às guerras, perseguições e calamidades naturais como esta da Covid-19. Sendo previsível que as coisas melhorarão ainda no decurso deste ano, temos muitas graças a dar a Deus porque, não obstante a dureza a que estamos submetidos, já antevemos o tempo novo, mais solidário e mais verdadeiramente familiar, que se seguirá à atual provação. O que nos motiva uma justificada esperança. E uma abertura à plenitude da salvação, tal como o mistério pascal: a dor experimentada pelo Senhor Jesus conduziu à glória da ressurreição e à felicidade do reino de Deus.

Mesmo nestas circunstâncias e por causa delas, não deixaremos de viver a quaresma de forma muito intensa. Aliás, a impossibilidade de fazermos as rotinas de sempre até nos pode ajudar a uma maior interiorização dos acontecimentos salvíficos que a motivam. Para isso, deixo as orientações seguintes.

  1. A nossa Equipa de Coordenação Pastoral já disponibilizou belas ideias e materiais para ajudar a viver a quaresma em contexto de família, verdadeira e insubstituível “Igreja doméstica”. Peço encarecidamente se preste muita atenção a essas sugestões. Reze-se em conjunto e contacte-se mais com a Palavra de Deus, se possível no “cantinho de oração”, espaço da identidade crente da família, visualmente expressa numa cruz e nunca “arca da aliança”.
  2. Inerente à quaresma, esteve sempre “um plano de privação (de jejum e abstinência)”, como refere a mesma Equipa. Isso possui um duplo significado: é uma forma de interiorizarmos e agradecermos a Jesus, que tanto sofreu por nós, e nos dispormos à conversão; e um meio de sairmos do nosso habitual comodismo para fazermos nossas as dores e as carências dos outros, pois, numa mentalidade cristã, um dom recebido deveria ser sempre um dom partilhado.
  3. Designamos essa partilha fraterna como “renúncia quaresmal”. É algo intimamente associado a este tempo. Escutados os habituais órgãos de consulta, decidi que, o produto deste ano seja distribuído pelos seguintes destinos: Cáritas Diocesana do Porto e Fundo Social. A Cáritas, habitualmente designada como “mão caridosa do bispo”, está presente em toda a Diocese quer incentivando a prática do amor fraterno, quer minimizado os sofrimentos pela dádiva de géneros alimentícios e de roupas, materiais ortopédicos e para doentes acamados, apoio médico e de enfermagem, etc. Faz uma obra tão notável como escondida. O Fundo Social destina-se a socorrer situações de emergência que, infelizmente, sempre surgem em Portugal e no estrangeiro. Que nenhuma Paróquia e nenhum cristão deixe de partilhar o pouco ou o muito que Deus lhe vai dando.
  4. Sendo os bispos os primeiros responsáveis pela fé, este ano, eu mesmo e os senhores bispos auxiliares, vamos orientar pequenas reflexões ao longo de toda a quaresma. Será às sextas-feiras, dia que especialmente nos lembra a morte do Senhor, às 21h30. Tentaremos usar uma linguagem muito simples, a jeito de uma conversa de família e não no sentido das tradicionais “conferências”. Serão transmitidas pelo canal da Diocese e, possivelmente, também pelas redes sociais das Paróquias. Convido todos os cristãos diocesanos a unirmo-nos nesta formação da fé.
  5. A Igreja que formamos é essencialmente de base doméstica. Muito antes de passarmos à paróquia a «responsabilidade» de transmitir, formar e celebrar a fé e de incentivar um estilo de vida com ela consequente, o Novo Testamento está cheio de referências à forma como as famílias assumiam essas mesmas tarefas na sua própria casa. Temos de voltar a isso! Não por saudosismo, mas porque a interligação casa-paróquia está mesmo na base histórica do ser cristão. Por isso, não mais paróquia sem relação familiar nem família crente sem compromisso na paróquia. Na Páscoa do ano passado apresentei algumas características desta Igreja de base doméstica que gostava de recordar novamente: uma Igreja «familiar», reunida, unida, santificada, caritativa e de esperança. Esforcemo-nos por viver estas dimensões.

No No livro do Apocalipse, há uma frase que conhecemos de cor: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (3, 20). Que esta quaresma de 2021 nos prepare para a «abertura da porta» a este Deus que quer fazer família connosco e a Quem nós barramos a entrada, tantas vezes, pelas distrações da vida e por algum materialismo da existência. Empenhemo-nos mesmo no caminho da conversão, dando mais espaço a Deus, à família e aos outros.

Porto, 12 de fevereiro de 2021

O vosso Bispo e irmão,

+ Manuel Linda

Dia Mundial do Doente :: A sabedoria do coração

Mensagem do Bispo do Porto no Dia Mundial do Doente

A Igreja celebra o Dia Mundial do Doente desde 1992. Fá-lo a 11 de Fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, devoção muito ligada às peregrinações de enfermos e às curas.

No início, esta temática estava muito centrada na pessoa e condição do doente: pretendia exprimir solidariedade com quem sofre, levar-lhe uma palavra de esperança e incentivá-lo a unir a sua dor à obra salvífica de Cristo. Com o tempo, esta visão foi-se alargando até se acentuar que, real ou potencialmente, todos somos doentes. E que é nesta condição que se jogam as grandes coordenadas da existência pessoal e coletiva: timbre de relacionamento, forma de viver o sofrimento, perspetiva holística da saúde, questão do sentido da vida, relação com o meio ambiente, humanismo e técnica, investimento em estruturas de saúde, etc.

Pretende alertar que o crescimento humano e civilizacional não se verifica somente nas ciências e tecnologias, mas confirma-se, muito mais, na qualidade das relações que formos capazes de estabelecer com os frágeis, parte integrante do nosso ser familiar ou social. As primeiras nascem da ciência da razão; as outras originam-se na sabedoria do coração. Ambas são importantes. Mas que o encanto das primeiras não nos faça esquecer a pertinência e a primazia das segundas.

Sim, o timbre de desenvolvimento de uma sociedade também se pode medir pelos «indicadores de qualidade» da forma como se relaciona com os seus doentes. Há que dedicar-lhes mais tempo, mais proximidade, mais carinho, mais gestos e palavras de conforto. E até mais recursos humanos e materiais. Há que estabelecer prioridades e, porventura, deixar de lado aspectos não tão determinantes para ter tempo de sentar à cabeceira do doente e do idoso e pegar-lhe na mão. Há que exprimir em gestos de ternura o amor que se diz ter-lhes.

Paulo VI gostava muito de falar da «civilização do amor». Jamais se edificará se não começarmos pelos carenciados dos carenciados: os doentes e idosos. É preciso promover com o carinho e o afeto a sua condição ofuscada pela dor.

Precisamente o contrário do que fazem os construtivistas sociais, os políticos: em vez da dedicação, que custa, promovem a eliminação, que é fácil. E até assobiam para o lado, como que para festejar a «modernidade» da «brilhante» obra feita. A nossa visão, porém, é diametralmente oposta.

D. Manuel Linda, Bispo do Porto

Oração pela Unidade dos Cristãos

Hoje é o penúltimo dia do oitavário de oração pela unidade de todos os cristãos. Sob o lema «Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos», os cristãos foram convidados a aprofundar a sua relação com Cristo. “Um  espaço de tempo onde somos convidados a um silêncio interior e a afastar-nos de todo o barulho e de todas as preocupações e pensamentos e neste silêncio, a ação pertence a Deus.” (Ecclesia).

Neste Dia do Senhor, meditemos a Palavra de Deus e rezemos pela unidade dos cristãos de todo o mundo, em comunhão:

Santo Espírito,
chama vivificante e sopro delicado, vinde e permanecei em nós. Renovai em nós a paixão pela unidade
para que vivamos conscientes do laço que, em vós, nos une.
Que todos que se ligaram a Cristo em seu Batismo
estejam unidos e juntos deem testemunho da esperança que os sustenta.

[Para saber mais, clique aqui]

«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O»

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O»

A primeira leitura (Isaías 42, 1-4.6-7) revela a ação divina e as características do servo, do escolhido. O espírito de Deus está sobre ele. Ele será pacífico, educado, não gritará, não levantará sua voz; será paciente, pois não quebrará a cana rachada, não desfalecerá enquanto não ver consolidada a justiça na terra.

Esta é a Sua vocação, tal como a nossa: é chamado para a justiça, para ser conciliador e luz dos povos, fazer as pessoas enxergarem e serem livres.

O Evangelho, Marcos 1, 7-11, nos introduz na cena do Batismo de Jesus. Lá aparecem João Batista, o Precursor do Messias e Jesus, o Vocacionado, o Messias. A fala do Batista, a ação de Jesus, presença do Espírito e a Voz vinda do Céu, conferem a ele, Jesus, as características e a missão do vocacionado. Podemos chamar essa cena do Batismo como a da investidura de Jesus como o salvador, o redentor. Deveria nos impressionar bastante, a fala do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. É Jesus, o todo-poderoso, porque o Amor do Pai está colocado nele. Quem me ama, faz a minha vontade, a vontade de meu Pai, e nós viremos a ele, como está em Jo 14.

Jesus, o vocacionado, o escolhido, “foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder”. Em seguida Lucas nos diz que ele andou por vários lugares “fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele”. Sabemos, através dos livros do Novo Testamento, como Jesus viveu e realizou sua vocação, o plano do Pai a seu respeito como Messias, como Redentor da Humanidade. E nós? Feitos filhos de Deus por causa da Redenção do Cristo, como vivemos essa vocação, nossa investidura batismal? Somos luz, somos pastores, temos consciência de nossa responsabilidade? Como está nosso trabalho pela instauração do Reino de Deus, Reino de Amor, Justiça e Paz?  Enfrentamos a luta com denodo? Sabemos que Jesus está ao nosso lado e o Espírito Santo nos inspirando? Temos consciência de que o Pai vela por nós e Maria nos acompanha com suas orações e bênçãos maternais? Vivemos nossa vocação? Exercemos o projeto que Deus, com todo carinho, idealizou para nós?

(adaptado de Vaticannews).

O Deus cuidador manda-nos cuidar

No dia 1 de janeiro de cada ano, celebra-se o Dia Mundial da Paz. Este dia ganha significado redobrado pelo momento pandémico que vivemos, um tempo de “superar ódio”, um tempo de nos “sentirmos todos mais irmãos”, um tempo “de construir e não de destruir”, um tempo de cuidar dos “outros e da criação”. Fica aqui em registo, as palavras do nosso Bispo do Porto, D. Manuel Linda.

““O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.

Era esta a fórmula de bênção que o sacerdote de serviço pronunciava sobre o povo, após o sacrifício da manhã, no templo de Jerusalém. Agora, colocada como a primeira entre as leituras desta Missa, na manhã do novo ano civil, remete a nossa mente para a beleza da novidade que se inaugura no mundo, fruto da colaboração da Virgem Santa Maria com a vontade salvífica divina, e faz-nos contemplar as maravilhas de Deus, a exemplo das que os pastores viram com seus próprios olhos. Sim, no mistério do nosso Deus não se regressa ao passado, ao acabrunhante, ao velho e fora de tempo. N’Ele e com Ele somos chamados a celebrar continuamente os prodígios do seu amor, o encanto da sua presença amorosa junto de nós e a sua vontade salvífica.

Este é o plano de Deus, de que fala S. Paulo na segunda leitura, plano pelo qual a humanidade ansiava e se cumpre agora, no presépio. Passa por uma ação impagável de Deus que o Apóstolo define em termos de “resgate”, ou seja, retirar-nos do domínio do mal, dar-nos o seu Espírito, criar uma tal familiaridade que nos permita a ousadia de O chamar “paizinho” e recebermos a honra da filiação adotiva. O resgate que Deus realiza em Jesus Menino é a certeza de que a nossa vida pessoal e coletiva e mesmo a história do mundo, embora na liberdade de opção, não mais estão condenadas a desenrolar-se sob o signo do mal e da morte, mas do lado de Deus e da vida.

Ora, todo o resgate supõe duas atitudes básicas: um amor que o motiva e um custo a pagar. Neste caso, como é fácil de ver, o amor é o próprio ser de Deus: “Deus é amor” (1 Jo 4, 8). O custo é o cuidado que Deus tem por nós e pela humanidade inteira, criaturas muito, muito valiosas a seus olhos.

O cuidado. Como sabemos, hoje é também o Dia Mundial da Paz. Para esta efeméride, o Papa Francisco escreveu uma notável mensagem baseada neste tema e a que colocou o significativo título: “A cultura do cuidado como percurso de paz”. Não pretendo resumi-la, mas colher dela a grande vertente orientadora.

O cuidado para com alguém é sempre um ato de amor que exige empenho. Pensemos no exemplo máximo dos pais para com o seu bebé como, certamente, foi o caso de Maria e José na relação com Jesus. Quantas e quantas noites sem dormir; quanta preocupação e cuidado; quantos trabalhos de higiene que têm de ser feitos por mais que custe; quanto pão é preciso ganhar para que a nova boca o possa comer! Mas tudo isso se faz com uma alegria indescritível de tal forma que, criar um filho é, sem dúvida, o mais estimulante que pode acontecer. O cuidado pode custar, mas gera alegria!

Se é assim no núcleo familiar, a cultura do cuidado também se pode e deve alargar a todos os setores da sociedade. Porque Deus é Pai comum de todos, é possível, de facto, ampliar as fronteiras da família até ao círculo dos vizinhos e conhecidos; é possível encarar de frente o outro e ver nele um irmão, seja qual for a cor da pele, a raça, a religião ou a condição social; é possível olhar para os pobres, estejam perto ou longe de nós, e fazer nossas as suas angústias e misérias; é possível cultivar e guardar o jardim deste mundo que Deus criou e cujo cuidado nos confiou; é possível olhar para o Alto e ver aí o “grande seio” acolhedor e libertador.

A pandemia que nos massacrou em 2020 exigiu uma específica cultura do cuidado. E ela verificou-se, em parte! Evidentemente, os problemas do nosso mundo não ficaram resolvidos e o sofrimento ainda não passou. Mas as atitudes adotadas pela maioria fazem-nos antever um futuro mais humano e mais solidário. Mais de cuidado mútuo e menos de desinteresse ou individualismo. De facto, como tem sido belo ver o empenho de tantos a nível do socorro e do tratamento sanitário, nas ações de voluntariado dirigidas aos mais atingidos pela crise, na revalorização da família, na investigação científica para o bem de todos, na procura de solução conducentes a novas políticas sociais em favor dos doentes e idosos, no tatear modelos de uma economia mais solidária, em formas de relacionamento internacional que auguram a substituição da velha «guerra fria» por uma cooperação em que todos lucram, na sensibilidade para com a causa da natureza e preocupação ecológica, etc.

Diz o nosso povo que “há males que vêm por bem”. Se a pandemia gerar uma nova cultura do cuidado, como se espera, então compensam-se e valeram a pena as dores que nos causou. E para nós que acreditamos no tal “resgate” que Deus operou ao retirar-nos do mal para o reino da sua família, encaramos o futuro com esperança, alegria e entusiasmo. Os acontecimentos do ano 2020 “ensinam-nos a importância de cuidarmos uns dos outros e da criação a fim de se construir uma sociedade alicerçada em relações de fraternidade”. E ela há de acontecer. Creio que aprendemos a lição.

É o que pedimos a Deus por intermédio de Santa Maria, sob cuja proteção começamos este novo ano. Por intermédio dela, o Senhor nos abençoe e nos proteja. O Senhor faça brilhar sobre nós a sua face e nos seja favorável. O Senhor volte para nós os seus olhos e nos conceda a paz.

Bom ano!”