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Sobre a origem do Santuário de Santa Rita e do Colégio de Ermesinde

Hoje é o 273º aniversário da decisão de D. João V, por provisão, da entrega definitiva da doação da “Quinta da Mão Poderosa” aos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, que deu origem ao nosso Santuário de Nossa Senhora do Despacho, da Mão Poderosa e de Santa Rita e do nosso Colégio de Ermesinde. Aconteceu em 19 de Abril de 1747.

Alguns dados históricos:
Data dos princípios do Sec. XVIII a primeira referência à “Quinta da Mão Poderosa”, em S. Lourenço de Asmes, hoje Ermesinde. Era pertença de Francisco da Silva Guimarães, negociante do Porto, e o conjunto mais notável seria a casa e ermida dedicada a N.ª S.ª do Bom Despacho, provavelmente situada no local onde se ergue o convento.

Em 1745, Francisco da Silva Guimarães e a sua mulher fazem doação da propriedade aos Eremitas Descalços de St.º Agostinho para fundarem uma igreja e convento ou hospício com a denominação de N.ª S.ª do Bom Despacho da Mão Poderosa. A escritura fora lavrada no Porto a 6 de Julho no mesmo ano, tendo como outorgantes os doadores e Dr. Frei José do Nascimento, como procurador do Rev. Pe. Mestre Dr. Frei António da Anunciação, Vigário Geral da Congregação.

A doação fora impugnada por parte do senhorio direto, Francisco Aranha Ferreira, que se recusava a vender-lhes os seus “direitos dominicais”. Foi preciso recorrer a D. João V, de quem doadores e religiosos alcançaram a necessária provisão em 19-4-1747. Não esqueceram os religiosos o favor do Rei, alcançado certamente por sua esposa D. Maria Ana, filha do Imperador Leopoldo I, mandado colocar na frontaria da Igreja e noutros locais do Convento a águia bicéfala e as armas imperiais da casa da Áustria.

Nascia assim o convento sob a proteção real e, em 12-10-1749, era lançada a primeira pedra. Apesar dos favores reais de D. João V, D. José I e sua esposa D. Maria Vitória, as obras prolongaram-se por algumas décadas, ficando por concluir o claustro e altar-mor da Igreja.

Durante o cerco do Porto (1832-33) o Convento foi ocupado pelo exército Realista e foi seu Hospital de Sangue. D. Miguel esteve aí várias vezes. Em 20-12-1832 é referida a visita de D. Miguel ao “Hospital da Formiga” num comunicado do Quartel General, sito em Águas Santas. O adro da Igreja foi sepultura, em vala comum, de um número incalculável de soldados mortos na guerra civil.

Em 1834, extintas as ordens religiosas em Portugal, termina o “Real Convento de Nossa Senhora do Bom Despacho da Mão Poderosa”.

In 100 anos de história… Do passado ao presente – de “Convento” a “Colégio de Ermesinde”.

 

Adoração da cruz

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até ao último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal, o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Neste ano, durante a liturgia, os fiéis não tocarão a Cruz, não a beijarão, não estarão presentes nas igrejas por causa da pandemia do coronavírus, mas, como pediu Francisco, vamos abrir o coração na oração: “Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho. A liturgia doméstica será essa”. “Far-nos-á bem olhar o crucifixo em silêncio e ver quem é o nosso Senhor: é Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos”, disse na catequese de quarta-feira.

(retirado de Vatican news – adapt.)

Pedir perdão e perdoar

Hoje é Quinta-feira Santa. Hoje faz-se a memória da eucaristia. Papa Francisco celebrou-a, tal como cada um de nós.

Realçou que todos, sem exceção, fiéis, padres, bispo, ele mesmo, o Papa, bispo de Roma, não podem esquecer de “pedir perdão”. Todos “somos pecadores”. Não sejamos teimosos e deixemos que Ele nos lave os pés, porque  “O Senhor é seu servo, Ele está perto de você para lhe dar forças, para lavar os seus pés”. ”

Temos que perdoar para consolar. Consolemos o outro para que ele volte. Não lhe viremos as costas. Deixemos a porta aberta. Jesus ama-nos. E uma das provas é Santa Rita, que amou e perdoou a quem tanto mal lhe fez e lhe tirou a vida, ao assassinar o seu convertido esposo e os seus filhos. Mas, mesmo assim, perdoou e consolou, no convento, orando piamente, na dor e no sofrimento. O seu alimento era a eucaristia.

Jesus posso abraçar-Te? Ao colo de Santa Rita contemplamos Jesus

“Estamos em silêncio, afastados uns dos outros, com medo ao que não vemos
e descobrimos que não precisamos de ver para acreditar.

Será assim tão difícil ver que os nossos olhos se aproximam de Ti quando os fechamos?
Será tão difícil perceber que basta sorrir para que nos transportes no teu amor e colo?
Será tão difícil sentir que as Tuas mãos, tão macias e ternas, nos elevam e nos transportam?
Será tão difícil perceber que no Teu olhar temos mais cores do que no arco-íris?
Será tão difícil sentir que estás sempre a nosso lado?

Jesus, ao lado desta bela imagem de Santa Rita, onde milhares de peregrinos rezam, sentimo-nos seguros.
Ela, que se entregou a Ti, na oração e na vida lhe pedimos:
que una a esta oração todo o mundo numa voz de silêncio,
numa voz de oração, numa voz que nos une ao teu coração, à Tua Cruz.”

 

Excerto da oração proferida pelo Reitor do Santuário de Santa Rita – Ermesinde, Padre Samuel Guedes, em 8 de abril de 2020.

 

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Horário das celebrações pascais – Porto

 

A Diocese do Porto já tem um calendário específico para a transmissão das celebrações. As celebrações da Semana Santa vão ser transmitidas em directo, no facebook da Diocese do Porto, a partir da Igreja dos Grilos (Igreja de São Lourenço):

05 abril – Domingo de Ramos (Dia Mundial da Juventude)
11h00 – Missa (presidida por D. Vitorino Soares)

09 abril – Quinta-feira Santa
17h30 – Missa Vespertina da Ceia do Senhor (presidida por D. Manuel Linda)

10 abril – Sexta-feira Santa
10h00 – Ofício de Leitura e Laudes
15h00 – Celebração da Paixão do Senhor (presidida por D. Manuel Linda)

11 abril – Sábado Santo
10h00 – Ofício de Leitura e Laudes
21h30 – Vigília Pascal (presidida por D. Manuel Linda)

12 abril – Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor
11h00 – Missa (presidida por D. Manuel Linda)

Também em cada Paróquia, Capela, Santuário, Seminário e outros espaços será afixado o horário de início das celebrações. Procure na net e una-se à grande comunidade cristã a que pertencemos para celebrarmos a páscoa do Senhor.

 

Os Conselhos do Papa para uma Semana Santa diferente

O Santo Padre, Papa Francisco, faz algumas sugestões e sugere alguns procedimentos para que vivamos a Semana Santa, a Maior, com o maior vigor e fé. A emergência que vivemos, por causa da pandemia, assim o exige.

Diz-nos o Papa Francisco: “Queridos amigos, avancemos com fé na Semana Santa, na qual Jesus sofre, morre e ressuscita. As pessoas e famílias que não podem participar nas celebrações litúrgicas são convidadas a reunir-se em oração, em casa, ajudadas também pelos meios tecnológicos”, recomendou hoje o Papa, desde o Vaticano, onde presidu à Missa na Basílica de São Pedro, com as portas fechadas.

Vamos unir-nos espiritualmente aos doentes, às suas famílias e àqueles que os tratam com abnegação; rezemos pelos mortos, à luz da fé pascal. Todos estão presentes no nosso coração, na nossa memória, na nossa oração”.

 

1 – Domingo de Ramos
A Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém deve celebrar-se dentro do edifício sagrado; nas igrejas catedrais adote-se a segunda forma prevista pelo Missal Romano; nas igrejas paroquiais e demais lugares, a terceira.

2 – Missa crismal
Avaliando a situação concreta em cada país, as Conferências Episcopais poderão dar indicações sobre uma eventual transferência para outra data.

3 – Quinta-Feira Santa
Omita-se o lava-pés, já de si facultativo. No final da Missa na Ceia do Senhor omita-se também a procissão e guarde-se o Santíssimo Sacramento no Sacrário. Neste dia, a título excecional, concede-se aos Presbíteros a faculdade de celebrar a Missa sem o concurso de povo, em lugar adequado.

4 – Sexta-Feira Santa
Na Oração Universal, os Bispos terão o cuidado de preparar uma intenção especial pelos que se encontram em perigo, os doentes, os defuntos. O ato de adoração à Cruz com o beijo seja limitado apenas ao celebrante.

5 – Vigília Pascal
Celebre-se exclusivamente nas igrejas catedrais e paroquiais. Para a Liturgia batismal, mantenha-se apenas a renovação das promessas batismais.

 

Celebrar o Domingo de Ramos [em casa]

O Secretariado Nacional da Liturgia apresenta uma proposta concreta para celebrarmos o Domingo de Ramos em família, referindo que “A Semana Santa dos cristãos conduz-nos, pela porta do Domingo de Ramos, ao coração do Mistério Pascal celebrado no Tríduo sagrado da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Para entrar neste mistério, todos os anos a Igreja oferece espaços dilatados e tempos prolongados, palavras preciosas e gestos intensos para o encontro comunitário com o Senhor. No corpo da Igreja, que assume o rosto concreto da comunidade, a Páscoa inscreve na pessoa do crente uma marca de pertença, um pacto de aliança.

Como viver tudo isto no tempo da pandemia, que nos obriga a ficar fechados na nossas casas? A proposta da Igreja é que não renunciemos a viver a Páscoa, rezando e, mesmo, celebrando, e não só mediante as diversas formas possíveis de comunhão espiritual nas celebrações que neste ano se realizarão sem a presença do povo. O convite é para fazer da própria casa um espaço de oração e de celebração.

[Ver mais deste convite]

Ao entardecer, parece cair a noite

«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.

Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro… E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).

Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.

A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.

Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.

O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.

Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).

Consagração de Portugal ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria

Ontem, 25 de março de 2020, a Igreja portuguesa renovou a consagração de Portugal ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria. A oração de consagração foi proferida por D. António Marto, após o terço de Fátima, proferido em quatro línguas.

Faça, cada um de nós, esta oração. Em casa, no trabalho, em qualquer lugar, sozinho ou em comunidade, oremos a Deus.

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Coração de Jesus Cristo, médico das almas,
Filho amado e rosto da misericórdia do Pai,
a Igreja peregrina sobre a terra,
em Portugal e Espanha, nações que tuas são,
olha para o teu lado aberto, sua fonte de salvação, e suplica:
— nesta singular hora de sofrimento,
assiste a tua Igreja,
inspira os governantes das nações, ouve os pobres e os aflitos,
exalta os humildes e os oprimidos,
cura os doentes e os pecadores,
levanta os abatidos e os desanimados, liberta os cativos e os prisioneiros e livra-nos da pandemia que nos atinge.

Coração de Jesus Cristo, médico das almas,
elevado no alto da Cruz e tocado pelos dedos do discípulo no íntimo do cenáculo, a Igreja peregrina sobre a terra,
em Portugal e Espanha, nações que tuas são,
contempla-Te como imagem do abraço do Pai à humanidade,
esse abraço que, no Espírito do Amor,
queremos dar uns aos outros segundo o teu mandato no lava-pés, e suplica:
— nesta singular hora de sofrimento,
ampara as crianças, os anciãos e os mais vulneráveis,
conforta os médicos, os enfermeiros, os profissionais de saúde e os voluntários cuidadores, fortalece as famílias e reforça-nos na cidadania e na solidariedade,
sê a luz dos moribundos,
acolhe no teu reino os defuntos,
afasta de nós todo o mal
e livra-nos da pandemia que nos atinge.

Coração de Jesus Cristo, médico das almas e Filho da Virgem Santa Maria,
pelo Coração de tua Mãe,
a quem se entrega a Igreja peregrina sobre a terra,
em Portugal e Espanha, nações que, desde há séculos, suas são,
e em tantos outros países,
aceita a consagração da tua Igreja.
Ao consagrar-se ao teu Sagrado Coração,
entrega-se a Igreja à guarda do Coração Imaculado de Maria,
configurado pela luz da tua Páscoa e aqui revelado a três crianças como refúgio e caminho que ao teu coração conduz.
Seja a Virgem Santa Maria, a Senhora do Rosário de Fátima,
a Saúde dos Enfermos e o Refúgio dos Teus discípulos gerados junto à Cruz do teu amor.
Seja o Imaculado Coração de Maria, a quem nos entregamos, connosco a dizer:

— nesta singular hora de sofrimento, acolhe os que perecem,
dá alento aos que a Ti se consagram e renova o universo e a humanidade.

Ámen.
Santuário de Fátima, Basílica de Nossa Senhora do Rosário, 25 de março de 2020