Abril 2020

Não há noite que não se possa enfrentar com Jesus

Na vida estamos sempre em caminho, com Jesus ao nosso lado. O nosso rumo cria e transforma o nosso caminho. E este caminho transforma-nos, fortalece-nos e reforça a nossa vida. E não estamos sós. “Escolhamos o caminho de Deus, não o caminho do eu; o caminho do ‘sim’, não o dos ‘se’. Descobriremos que não há imprevisto, não há subida, não há noite que não se possa enfrentar com Jesus.”

Rezemos a Maria, por intermédio de Santa Rita, nossa “Mãe do caminho, que acolhendo a Palavra de Deus fez de toda sua vida um ‘sim’ a Deus, nos indique o caminho”. Não esqueçamos que Nossa Senhora está ao lado do seu Filho que, com o Pai, ilumina os caminhos mais sinuosos dos nossos tempos.

Ouça na íntegra as palavra do Santo Padre.

Sobre a origem do Santuário de Santa Rita e do Colégio de Ermesinde

Hoje é o 273º aniversário da decisão de D. João V, por provisão, da entrega definitiva da doação da “Quinta da Mão Poderosa” aos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, que deu origem ao nosso Santuário de Nossa Senhora do Despacho, da Mão Poderosa e de Santa Rita e do nosso Colégio de Ermesinde. Aconteceu em 19 de Abril de 1747.

Alguns dados históricos:
Data dos princípios do Sec. XVIII a primeira referência à “Quinta da Mão Poderosa”, em S. Lourenço de Asmes, hoje Ermesinde. Era pertença de Francisco da Silva Guimarães, negociante do Porto, e o conjunto mais notável seria a casa e ermida dedicada a N.ª S.ª do Bom Despacho, provavelmente situada no local onde se ergue o convento.

Em 1745, Francisco da Silva Guimarães e a sua mulher fazem doação da propriedade aos Eremitas Descalços de St.º Agostinho para fundarem uma igreja e convento ou hospício com a denominação de N.ª S.ª do Bom Despacho da Mão Poderosa. A escritura fora lavrada no Porto a 6 de Julho no mesmo ano, tendo como outorgantes os doadores e Dr. Frei José do Nascimento, como procurador do Rev. Pe. Mestre Dr. Frei António da Anunciação, Vigário Geral da Congregação.

A doação fora impugnada por parte do senhorio direto, Francisco Aranha Ferreira, que se recusava a vender-lhes os seus “direitos dominicais”. Foi preciso recorrer a D. João V, de quem doadores e religiosos alcançaram a necessária provisão em 19-4-1747. Não esqueceram os religiosos o favor do Rei, alcançado certamente por sua esposa D. Maria Ana, filha do Imperador Leopoldo I, mandado colocar na frontaria da Igreja e noutros locais do Convento a águia bicéfala e as armas imperiais da casa da Áustria.

Nascia assim o convento sob a proteção real e, em 12-10-1749, era lançada a primeira pedra. Apesar dos favores reais de D. João V, D. José I e sua esposa D. Maria Vitória, as obras prolongaram-se por algumas décadas, ficando por concluir o claustro e altar-mor da Igreja.

Durante o cerco do Porto (1832-33) o Convento foi ocupado pelo exército Realista e foi seu Hospital de Sangue. D. Miguel esteve aí várias vezes. Em 20-12-1832 é referida a visita de D. Miguel ao “Hospital da Formiga” num comunicado do Quartel General, sito em Águas Santas. O adro da Igreja foi sepultura, em vala comum, de um número incalculável de soldados mortos na guerra civil.

Em 1834, extintas as ordens religiosas em Portugal, termina o “Real Convento de Nossa Senhora do Bom Despacho da Mão Poderosa”.

In 100 anos de história… Do passado ao presente – de “Convento” a “Colégio de Ermesinde”.

 

Adoração da cruz

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até ao último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal, o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Neste ano, durante a liturgia, os fiéis não tocarão a Cruz, não a beijarão, não estarão presentes nas igrejas por causa da pandemia do coronavírus, mas, como pediu Francisco, vamos abrir o coração na oração: “Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho. A liturgia doméstica será essa”. “Far-nos-á bem olhar o crucifixo em silêncio e ver quem é o nosso Senhor: é Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos”, disse na catequese de quarta-feira.

(retirado de Vatican news – adapt.)

Pedir perdão e perdoar

Hoje é Quinta-feira Santa. Hoje faz-se a memória da eucaristia. Papa Francisco celebrou-a, tal como cada um de nós.

Realçou que todos, sem exceção, fiéis, padres, bispo, ele mesmo, o Papa, bispo de Roma, não podem esquecer de “pedir perdão”. Todos “somos pecadores”. Não sejamos teimosos e deixemos que Ele nos lave os pés, porque  “O Senhor é seu servo, Ele está perto de você para lhe dar forças, para lavar os seus pés”. ”

Temos que perdoar para consolar. Consolemos o outro para que ele volte. Não lhe viremos as costas. Deixemos a porta aberta. Jesus ama-nos. E uma das provas é Santa Rita, que amou e perdoou a quem tanto mal lhe fez e lhe tirou a vida, ao assassinar o seu convertido esposo e os seus filhos. Mas, mesmo assim, perdoou e consolou, no convento, orando piamente, na dor e no sofrimento. O seu alimento era a eucaristia.

Jesus posso abraçar-Te? Ao colo de Santa Rita contemplamos Jesus

“Estamos em silêncio, afastados uns dos outros, com medo ao que não vemos
e descobrimos que não precisamos de ver para acreditar.

Será assim tão difícil ver que os nossos olhos se aproximam de Ti quando os fechamos?
Será tão difícil perceber que basta sorrir para que nos transportes no teu amor e colo?
Será tão difícil sentir que as Tuas mãos, tão macias e ternas, nos elevam e nos transportam?
Será tão difícil perceber que no Teu olhar temos mais cores do que no arco-íris?
Será tão difícil sentir que estás sempre a nosso lado?

Jesus, ao lado desta bela imagem de Santa Rita, onde milhares de peregrinos rezam, sentimo-nos seguros.
Ela, que se entregou a Ti, na oração e na vida lhe pedimos:
que una a esta oração todo o mundo numa voz de silêncio,
numa voz de oração, numa voz que nos une ao teu coração, à Tua Cruz.”

 

Excerto da oração proferida pelo Reitor do Santuário de Santa Rita – Ermesinde, Padre Samuel Guedes, em 8 de abril de 2020.

 

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Horário das celebrações pascais – Porto

 

A Diocese do Porto já tem um calendário específico para a transmissão das celebrações. As celebrações da Semana Santa vão ser transmitidas em directo, no facebook da Diocese do Porto, a partir da Igreja dos Grilos (Igreja de São Lourenço):

05 abril – Domingo de Ramos (Dia Mundial da Juventude)
11h00 – Missa (presidida por D. Vitorino Soares)

09 abril – Quinta-feira Santa
17h30 – Missa Vespertina da Ceia do Senhor (presidida por D. Manuel Linda)

10 abril – Sexta-feira Santa
10h00 – Ofício de Leitura e Laudes
15h00 – Celebração da Paixão do Senhor (presidida por D. Manuel Linda)

11 abril – Sábado Santo
10h00 – Ofício de Leitura e Laudes
21h30 – Vigília Pascal (presidida por D. Manuel Linda)

12 abril – Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor
11h00 – Missa (presidida por D. Manuel Linda)

Também em cada Paróquia, Capela, Santuário, Seminário e outros espaços será afixado o horário de início das celebrações. Procure na net e una-se à grande comunidade cristã a que pertencemos para celebrarmos a páscoa do Senhor.

 

Os Conselhos do Papa para uma Semana Santa diferente

O Santo Padre, Papa Francisco, faz algumas sugestões e sugere alguns procedimentos para que vivamos a Semana Santa, a Maior, com o maior vigor e fé. A emergência que vivemos, por causa da pandemia, assim o exige.

Diz-nos o Papa Francisco: “Queridos amigos, avancemos com fé na Semana Santa, na qual Jesus sofre, morre e ressuscita. As pessoas e famílias que não podem participar nas celebrações litúrgicas são convidadas a reunir-se em oração, em casa, ajudadas também pelos meios tecnológicos”, recomendou hoje o Papa, desde o Vaticano, onde presidu à Missa na Basílica de São Pedro, com as portas fechadas.

Vamos unir-nos espiritualmente aos doentes, às suas famílias e àqueles que os tratam com abnegação; rezemos pelos mortos, à luz da fé pascal. Todos estão presentes no nosso coração, na nossa memória, na nossa oração”.

 

1 – Domingo de Ramos
A Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém deve celebrar-se dentro do edifício sagrado; nas igrejas catedrais adote-se a segunda forma prevista pelo Missal Romano; nas igrejas paroquiais e demais lugares, a terceira.

2 – Missa crismal
Avaliando a situação concreta em cada país, as Conferências Episcopais poderão dar indicações sobre uma eventual transferência para outra data.

3 – Quinta-Feira Santa
Omita-se o lava-pés, já de si facultativo. No final da Missa na Ceia do Senhor omita-se também a procissão e guarde-se o Santíssimo Sacramento no Sacrário. Neste dia, a título excecional, concede-se aos Presbíteros a faculdade de celebrar a Missa sem o concurso de povo, em lugar adequado.

4 – Sexta-Feira Santa
Na Oração Universal, os Bispos terão o cuidado de preparar uma intenção especial pelos que se encontram em perigo, os doentes, os defuntos. O ato de adoração à Cruz com o beijo seja limitado apenas ao celebrante.

5 – Vigília Pascal
Celebre-se exclusivamente nas igrejas catedrais e paroquiais. Para a Liturgia batismal, mantenha-se apenas a renovação das promessas batismais.

 

Celebrar o Domingo de Ramos [em casa]

O Secretariado Nacional da Liturgia apresenta uma proposta concreta para celebrarmos o Domingo de Ramos em família, referindo que “A Semana Santa dos cristãos conduz-nos, pela porta do Domingo de Ramos, ao coração do Mistério Pascal celebrado no Tríduo sagrado da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Para entrar neste mistério, todos os anos a Igreja oferece espaços dilatados e tempos prolongados, palavras preciosas e gestos intensos para o encontro comunitário com o Senhor. No corpo da Igreja, que assume o rosto concreto da comunidade, a Páscoa inscreve na pessoa do crente uma marca de pertença, um pacto de aliança.

Como viver tudo isto no tempo da pandemia, que nos obriga a ficar fechados na nossas casas? A proposta da Igreja é que não renunciemos a viver a Páscoa, rezando e, mesmo, celebrando, e não só mediante as diversas formas possíveis de comunhão espiritual nas celebrações que neste ano se realizarão sem a presença do povo. O convite é para fazer da própria casa um espaço de oração e de celebração.

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